Mulheres Eletricistas: Desafiando Barreiras e Transformando o Setor Elétrico Global
Recentemente, uma notícia chamou minha atenção e me fez refletir sobre as mudanças sutis, mas necessárias, que estão acontecendo ao redor do mundo. A Escola de Eletricistas para Mulheres da Neoenergia foi reconhecida pelo Fórum Econômico Mundial como uma referência global em diversidade, equidade e inclusão.
Talvez você, leitor, nem soubesse da existência desta escola, que está em funcionamento desde 2013. Uma iniciativa pioneira no setor elétrico brasileiro, que já formou mais de 1.000 mulheres para atuar nas cinco áreas de concessão da companhia: Neoenergia Brasília (DF), Neoenergia Coelba (BA), Neoenergia Cosern (RN), Neoenergia Elektro (SP/MS) e Neoenergia Pernambuco (PE).
Você conhece a Escola de Eletricistas para Mulheres?
Este não é o único reconhecimento que a Escola de Eletricistas para Mulheres conquistou. A instituição também foi premiada pelos Princípios de Empoderamento das Mulheres, uma iniciativa do WeEmpower, programa da ONU Mulheres em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a União Europeia.
Esses reconhecimentos são uma clara demonstração de que a inclusão de mulheres no setor elétrico não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para o fortalecimento da área, tanto no Brasil quanto no cenário global.
Porém, a transformação não se limita ao Brasil. No Canadá, o setor elétrico também, historicamente dominado por homens, tem aberto espaço para mulheres, que estão conquistando inclusive cargos de liderança. Organizações como a International Brotherhood of Electrical Workers (IBEW) têm trabalhado, há vários anos, para quebrar barreiras e promover a inclusão de mais mulheres na profissão.
Fórum Elétrico Feminino do IBEW
No estado foi criado inclusive, o Fórum Elétrico Feminino do IBEW, que reúne eletricistas de todo o país para compartilhar experiências, discutir desafios e oferecer apoio mútuo entre as mulheres.
Apesar desses avanços, o caminho para a plena inclusão das mulheres no setor elétrico ainda enfrenta desafios significativos. Estereótipos sobre habilidades físicas, o acesso desigual a oportunidades de treinamento e o isolamento, muitas vezes sendo a única mulher em um ambiente de trabalho predominantemente masculino, ainda são realidades que as mulheres enfrentam diariamente.
No entanto, as histórias de mulheres como Sarah Miller, uma eletricista certificada pela Red Seal de Ontário, que trabalhou em grandes projetos de infraestrutura, incluindo hospitais e instalações de energia renovável, são exemplos inspiradores de como, com dedicação e competência, essas barreiras podem ser superadas.
No Brasil, podemos citar o exemplo de Marina Franco, uma eletricista e empreendedora que se destacou no setor elétrico. Marina não apenas se sobressaiu em uma profissão predominantemente masculina, mas também se tornou um símbolo de inclusão e empoderamento feminino nas áreas técnicas, promovendo um ambiente mais inclusivo e acolhedor para outras mulheres.
Por que mais mulheres devem considerar uma carreira no setor elétrico?
O setor oferece uma série de benefícios e possibilidades de trabalho diversificadas. À medida que o mundo caminha para soluções de energia mais sustentáveis, a demanda por profissionais qualificados cresce exponencialmente. Com isso, o setor elétrico se reconfigura constantemente, criando novas oportunidades.
Em uma profissão que exige resiliência, dedicação, habilidade manual e atenção, o gênero não deve ser um impeditivo. Quanto mais mulheres ingressarem nesse setor, mais ele se renovará, proporcionando um ambiente de trabalho mais dinâmico e igualitário, com novas perspectivas e soluções inovadoras.
A presença crescente de mulheres eletricistas no mercado não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma vantagem estratégica para o desenvolvimento de um setor elétrico mais robusto e adaptado às necessidades do futuro. O empoderamento feminino no setor elétrico é, sem dúvida, uma das chaves para a transformação e evolução dessa área essencial para o desenvolvimento global.
Leia mais:
https://www.neoenergia.com/w/neoenergia-escola-eletricistas-reconhecimento
Fátima Antunes é psicóloga, ergonomista, doutoranda em engenharia de produção, mestre em psicologia social, pós graduada neuroeducação. Especialista em gerenciamento do estresse pelo International Stress Management Association (ISMA-BR). Também é diretora da SST Games, professora universitária, autora dos jogos Papo Cabeça, Conversa Segura, Slogança e outros jogos para a área de Saúde e Segurança do Trabalho, autora do livro Estresse em Advogados e perita judicial em saúde mental do trabalhador.
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